"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever-inclusive a sua própria história."

quarta-feira, 5 de junho de 2013

O Estojo


Depois de ler e ouvir depoimentos e entrevistas sobre leitura e escrita, vou escrever sobre a minha experiência. Tenho um irmão chamado Reginaldo, ele é três anos e meio mais velho do que eu, então, naturalmente, começou a freqüentar a escola primeiro. Em sua primeira semana de aula, uma vizinha nossa (também proprietária da casa em que morávamos), D. Irene, deu um estojo para meu irmão; fiquei com tanta vontade de ganhar um que mal via a hora de entrar na escola e ganhar o meu também.
 Minha mãe, na época, tinha feito somente até a 2ª série, mas era muito preocupada com os estudos do meu irmão, todos os dias se sentava com ele a mesa da cozinha e retomava algumas lições e eu ficava ali, no cantinho, só espiando. Com o tempo, minha mãe começou a freqüentar o Mobral e naquela horinha de sempre, se sentava com meu irmão e juntos faziam as tarefas de casa. Nessa época, depois de tanto “encher as paciências” dela, eu também fazia parte da hora de estudo. Sem querer, talvez, e do jeitinho dela, minha mãe foi minha primeira professora.
Quando entrei na escola, já sabia ler e escrever perfeitamente. Minha mãe sempre nos contava historinhas, não me lembro de ter livros em mãos, porém, tudo era motivo para se ler: rótulos, revistas, gibis, propaganda na TV...
Hoje já não tenho minha mãe, mas tenho muito orgulho em dizer que ela foi e sempre será minha fonte de inspiração para tudo. Depois de criados, formados, meu irmão casado, meu sobrinho já ter nascido, ela , a minha Odete, concluiu o fundamental II, fez o ensino médio e iniciou o ensino superior em Serviço Social e sempre estivemos ali, juntinhas estudando.
Ah, estava quase me esquecendo, o estojo? Eu não ganhei.

DEPOIMENTO - ELAINE TEIXEIRA SANTOS

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