"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever-inclusive a sua própria história."

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Situação de Aprendizagem para leitura do livro: Tristão e Isolda


Está é uma história de amor e aventura. Sua origem remonta das narrativas orais dos povos celtas. 

Texto a ser estudado: Romance Celta " Tristão e Isolda"

Público alvo: 1º ano do Ensino Médio.(1º Bimestre)

Tempo Duração: 5 aulas

Conteúdos e temas: Término do Império Romano e formação dos reinos medievais que posteriormente vieram formar os países de línguas neolatinas.

Competências e habilidades: Desenvolver o hábito da leitura, depreender informações do contexto histórico através do texto literário, distinguir o gênero através do discurso, ampliar e enriquecer vocabulário e ortografia por meio da leitura, compreender e analisar figuras de linguagem e metáforas.

Estratégias: Apresentação do resumo do livro e contexto histórico da tradição oral. Leitura de trechos do livro em voz alta com participação do professor e dos alunos. Aula interativa com trechos do livro.Exposição de ideias chaves.

Recursos: livro impresso, livro digital em pdf, trechos de filmes e peças de teatro, trechos do texto em datashow ou na lousa.

Avaliação: Prova de leitura, adaptação do texto para o teatro, produção de resumo ou resenha orientados.

Depois da leitura: Troca de impressões, reescrita de outras versões (com outros finais, outros personagens etc), Registro de impressões, produção de maquetes, cenários, figurinos e personagens para apresentação teatral ou outra produção artística contendo impressões de leitura como pintura, desenhos ou quadrinhos.


A história
Tristão e Isolda formam um par que constituiu o mais célebre tema da literatura cavaleiresca. Na sua linha geral, a história é simples. Tristão sente por Isolda uma paixão avassaladora, sendo correspondido por ela com a mesma intensidade. Esta paixão é tão enérgica e profunda que resiste a todas as dificuldades, vence todas as  oposições e encadeia fatal e irresistivelmente as vontades dos dois amantes. Morto Tristão, e não podendo viver sem ele, Isolda morre também. 
O romance Tristão e Isolda é um mistério em relação aos seus autores. No entanto, podemos falar desta obra, tendo em atenção dois autores: Béroul e Thomas. 
O romance de Béroul começa com as proezas de Tristão contra Morholt que, tal como o Minotauro de Creta, reclama ao rei Marco um tributo pago em jovens. Depois de Tristão vencer Morholt, vence também um dragão a quem tira a língua e, por fim, chega o momento de ir buscar Isolda para esposa do rei Marco. 
Destinado a ser feliz, o casal deveria ingerir “le philtre”, uma poção mágica preparada pela mãe de Isolda. O responsável pelo transporte do elixir era Brangien que, devido à tempestade que ocorre durante a viagem, dá a beber, por engano, a Tristão e a Isolda esse preparado. Assim, eles ficam unidos de corpo e alma para além da morte. 
Este autor escreve que quando o rei Marco descobre o adultério condena Isolda à fogueira, mas nesse momento passa um bando de leprosos, dizendo-lhe que mais humilhante do que a fogueira era Isolda ser violada por um leproso. Isolda é entregue aos leprosos e, no momento em que é levada para um campo, Tristão assalta o bando de leprosos, salva a sua amada, passando ambos a viver na floresta a partir desse momento. 
Mais tarde, os amantes são descobertos pelo rei Marco, que os encontra a dormir na floresta. Ao vê-los separados pela espada de Tristão, acredita que eles seguem a castidade, e é assim que o rei Marco substitui a espada de Tristão pela espada real, bem como o anel de Isolda pelo seu. Quando os amantes acordam, compreendem o sucedido e por isso o arrependimento atormenta-os, decidindo terminar a ligação. Enviam uma carta ao rei Marco, na qual prometem servi-lo. É assim que Isolda consegue voltar para o palácio, mas os barões continuam a desconfiar da rainha. Desta forma, é exigido a Isolda um juramento, no qual ela mostra toda a sua malícia. Nele, Isolda jura por Deus e pelos santos que esteve apenas nos braços do seu marido e do mendigo que a transportou de uma margem para a outra do ribeiro. Esse mendigo não é mais do que Tristão disfarçado. Os barões destronados são condenados à morte e aqui termina o Tristão de Béroul. 
No texto de Thomas, Tristão casa-se com Isolda “aux blanches mains”. Depois, sucedem várias proezas de Tristão que, disfarçado de mendigo ou de leproso, se aproxima do castelo do rei Marco apenas para ver Isolda “la Blonde”. Ferido em  combate, Tristão inicia o seu sofrimento e sente que apenas Isolda o pode salvar. 
Assim, pede a um amigo que a vá buscar e, se ela vier ao seu encontro, hasteiam uma bandeira branca no barco. No caso de ela não vir ao seu encontro, então hasteiam uma bandeira preta. Mas esta conversa é escutada pela mulher de Tristão que, frustrada e com ciúmes, lhe mente em relação à cor da bandeira, fazendo com que Tristão morra. 
Além das versões de Béroul e de Thomas, foram encontrados textos perdidos de autores quase desconhecidos como La Kievres, assim como os do ilustre Chrètien de Troyes. A ausência de uma inequívoca identificação da autoria do romance contribuiu sobremaneira para a sua transformação em mito – mito esse que está na base do imaginário ocidental, onde o amor excessivo e o desenlace fatídico da paixão constituem fatores absolutamente determinantes. 
Tristão não ama Isolda, mas sim o próprio amor. Esta consideração só é possível se entendermos que ambos se apaixonam, unicamente, por ingestão da bebida mágica, “le philtre” – elemento externo desencadeador da paixão, do erro e da traição. Desta forma, os amantes não se podem arrepender, já que não são responsáveis pelos seus atos. 
Todo o drama é encarado como uma fatalidade que suprime a oposição do bem e do mal e conduz os amantes para além de todos os valores morais e, inevitavelmente, para além do prazer e do sofrimento. O herói ama o amor, mas também a morte que é a única forma de libertação. O mito apodera-se do instinto da morte, transfigurando-o e dando-lhe um fim espiritual: “E agem como se tivessem compreendido que tudo o que se opõe ao amor o garante e o consagra em seus corações, para o exaltar até ao infinito no instante do obstáculo absoluto que é a morte”. Assim, destruir e colocar de parte a felicidade é a forma de passar a uma vida superior. 

Links Úteis
Tristão e Isolda (livro completo em pdf)

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